O Palácio de Cristal é um dos Parques mais belos do Porto, o local ideal para ler, passear, namorar ou simplesmente usufruir das suas fantásticas vistas sobre o Douro.
O Palácio de Cristal deve o seu nome a uma estrutura de ferro, vidro e granito, demolida em 1951 para permitir a construção do Pavilhão dos Desportos, de forma a acolher, no Porto, o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins de 1952. Actualmente chama-se Pavilhão Rosa Mota em homenagem à maratonista portuense medalha de ouro das Olimpíadas de 1988 em Seul. O edifício inicial, construído de 1861 a 1865, foi concebido para a Exposição Internacional do Porto, a primeira em Portugal , que contou com 3 139 expositores de 4 continentes. Foi criado por Thomas Dillen Jones a partir do modelo do Crystal Palace de Londres, construído em 1851 para a Great Exhibition. Infelizmente as semelhanças não se resumem ao seu uso, o Crystal Palace, inicialmente localizado em Hyde Park, também já não existe, tendo sido completamente, destruído em 1936, na sua segunda localização, em Syndenham.
Os jardins, de estilo Romântico Inglês, foram concebidos por Émile David, um arquitecto paisagista alemão que se dedicou ao Palácio de Cristal de 1864 a 1869. Émile David foi o responsável por preencher os 8 hectares de terreno com árvores exóticas, arbustos, lagos, torres e caminhos pitorescos que nos mostram vistas fabulosas sobre o Douro. À entrada do Parque deparamo-nos com um jardim geométrico povoado com azáleas, camélias e rododendros e decorado com fontes, compostas por tritões e sereias, acompanhadas das representações das Estações do Ano.
Seguindo pelo lado direito, pode-se já vislumbrar as linhas modernas da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, que marca o início da Avenida das Tílias. A biblioteca, um dos muitos frutos das intervenções do Porto 2001- Capital Europeia da Cultura acolhe, para além dos espaços de leitura nos quais se inclui uma boa secção de periódicos portugueses e estrangeiros, uma cafetaria, um auditório e a Galeria de Arte Municipal, que possui exposições temporárias muito interessantes sem custos de admissão.
A Avenida das Tílias estende-se até à Capela de Carlos Alberto, dedicada à memória do Rei da Sardenha e Piemonte que morreu na cidade do Porto em 1849, depois de um breve exílio que começou numa Praça das redondezas com o mesmo nome. Esta Avenida delimitada por Tílias e algumas esculturas contemporâneas é a zona escolhida pelos pavões para se exibir perante os fotógrafos e os olhos fascinados das crianças. Nesta zona situa-se, também a Concha Acústica, um palco semicircular ainda hoje usado para concertos ou performances.
O Palácio de Cristal recuperou nos últimos anos a Feira do Livro do Porto, que durante muitos anos se realizou na Avenida dos Aliados. Pelo que temos assistido, a mudança e o Oxigénio das Tílias fez muito bem à Feira que se revitalizou, dando maior destaque às livrarias independentes da cidade, bem como a alfarrabistas e pequenas editoras. Setembro é o mês dedicado aos livros e é um privilégio poder usufruir deste espaço, dos livros, de um belo pôr-do-sol sob a Ponte da Arrábida acompanhado de um copo de vinho.
Rodeando o Pavilhão pelo lado esquerdo, a partir da entrada, podemos ir descendo os socalcos, rodeados por camélias, em direcção ao edifício amarelo, um miradouro privilegiado sobre o Douro, Porto e Vila Nova de Gaia. Um destes socalcos, deve o seu nome às roseiras que desenham, em conjunto com alguns arbustos, as formas geométricas que enquadram elementos arquitectónicos dos antigos Paços do Concelho demolidos em 1916, incluindo a Pedra de Armas que presidia a sua fachada. O Roseiral, serve de hall de entrada à casa que é residência oficial do Presidente da Câmara Municipal do Porto, a Casa do Roseiral. Embora não seja habitada é usada para cumprir cerimónias protocolares e apoiar visitas oficiais.
No lado Oeste dos jardins do Palácio de Cristal, existe um acesso à Quinta da Macieirinha, uma quinta do Século XIX onde Carlos Alberto passou os seus últimos dias. Hoje alberga o Museu Romântico com uma colecção dedicada ao período do Romantismo, à burguesia do Século XIX e, é claro, a Carlos Alberto. A casa é belíssima e uma excelente opção para os dias de chuva. Saindo pelo portão principal, pode-se visitar os jardins da Casa Tait, do outro lado da rua, com as suas árvores centenárias e jardins intimistas.
Uma boa forma de terminar esta visita é descer em direcção a Massarelos pelos Caminhos do Romântico, uma rede de percursos bucólicos que nos leva através do Passado rural desta zona. Se tiver dúvidas podemos sempre incluir estes elementos no nosso tour Porto para Principiantes.
Jardins do Palácio de Cristal
Rua de D. Manuel II, 4050-346 Porto
Horario: De Abril a Setembro das 8h às 21h e de Outubro a Março das 8h às 19h.